Eleições 2020

Grupo de 31 países, incluindo Brasil e EUA, pede eleições livres na Venezuela

Um grupo de quase 31 países, incluindo Brasil, Estados Unidos, vários membros do Grupo de Lima, o Grupo de Contato Internacional, a União Europeia e outros como Israel e Coreia do Sul, divulgou uma declaração conjunta pedindo “eleições livres” na Venezuela.

O texto faz um apelo a “todos os venezuelanos”, de todas as tendências ideológicas, sejam civis ou militares, a se comprometerem “com urgência” em apoiar um processo de estabelecimento de um governo de transição inclusivo “que leve o país a eleições presidenciais livres e justas, a curto prazo”.

“A atual pandemia (de coronavírus) e o sobrecarregado sistema de saúde pública da Venezuela tornaram ainda mais urgente a necessidade de dar fim ao status quo”, diz o documento.

Segundo mandato presidencial de Nicolás Maduro não é reconhecido pela oposição e por cerca de 60 países — Foto: Matias Delacroix/AP Photo, arquivo

A Venezuela, país de 5 milhões de habitantes, de acordo com a ONU, está imersa em uma crise política desde janeiro de 2019, quando Nicolás Maduro assumiu um segundo mandato presidencial até 2025, que não é reconhecido pela oposição e por cerca de 60 países, incluindo os Estados Unidos, que desde então consideram como única autoridade legítima no país o parlamentar Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional eleita em 2015.

A outrora potência petrolífera atravessa também uma crise grave econômica desde que Maduro tomou o poder em 2013.

A declaração, assinada nesta sexta-feira (14) por 31 países, afirma que esse processo deverá permitir à Assembleia Nacional (Parlamento) cumprir “plenamente” as suas funções e deverá restaurar “a independência” do Supremo Tribunal de Justiça e do Conselho Nacional Eleitoral.

Além disso, o texto observa que os avanços feitos nas negociações facilitadas pela Noruega em Barbados no ano passado “devem guiar o caminho à frente”.

Ao mesmo tempo, exige “o fim de todas as perseguições políticas e atos de repressão”, apontando para um “aumento da repressão” em geral e contra defensores dos direitos humanos, trabalhadores da saúde, jornalistas, membros de comunidades indígenas e membros da Assembleia Nacional sob a liderança de Juan Guaidó.

Sobre as sanções econômicas impostas por vários países para pressionar por mudanças na Venezuela, o texto reitera a disposição de suspendê-las “em um contexto de progresso político”.

O governo americano de Donald Trump, assim como o do Canadá e a União Europeia, emitiram numerosas medidas contra Maduro e seu governo, sob acusações de corrupção generalizada e graves violações dos direitos humanos.

“Uma transição rápida e pacífica para a democracia é o caminho mais eficaz e viável para a estabilidade, recuperação e prosperidade da Venezuela. Continuamos comprometidos em ajudar o povo venezuelano a alcançar um futuro pacífico, próspero e democrático”, conclui a nota.

De Caracas, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, considerou o comunicado “extravagante”, “absurdo”, “abusivo”, e acusou o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, de ordenar “um grupo de governos satélites” a assiná-lo.

“Eles não acreditam em democracia. Farsantes!”, tuitou Arreaza ao rejeitar o documento, que, segundo o chanceler venezuelano, tem a “intenção de sabotar as eleições parlamentares na Venezuela” no “desespero eleitoral” de Pompeo diante dos comícios de novembro em que Trump buscará a reeleição.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou na sexta-feira (14) à tarde os países signatários do texto.

São eles: Albânia, Austrália, Bahamas, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Costa Rica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Estônia, Geórgia, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Hungria, Israel, Kosovo, Letônia, Lituânia, Panamá, Paraguai, Peru, Reino Unido, República Dominicana, Santa Lúcia e Ucrânia.

A Argentina se dissociou expressamente da iniciativa e também questionou os opositores venezuelanos que convocaram a abstenção nas eleições parlamentares marcadas para dezembro.

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